quarta-feira, 11 de novembro de 2009

LUGAR DE MULHER É NA COZINHA

Depois de muito tempo sem escrever, resolvi postar algumas linhas nesse blog. A demora foi por problemas técnicos na máquina, mas agora está resolvido.

O título desse texto deve ter apavorado minhas 2 leitoras, elas agora devem estar imaginando esse pobre rapaz queimando em uma fogueira, assim como era feito com as "bruxas" na Idade Média. Devem estar querendo que eu seja escalpelado por uma tribo qualquer, perdida no meio da Amazônia. Mas acalmem-se pequenas rebeldes, a coisa não é tão ruím, que não possa piorar.

Quando eu era apenas o pequeno Paulo, sempre perguntava-me o pq de meu pai nunca cozinhar, sempre minha mãe preparava nossas refeições, aquele famoso arroz com feijão e uma carne, muitas vezes a carne era substituída por ovos ou aipim frito. Definitivamente, essa era a comida oficial de nosso humilde lar. Quando meu pai aventurava-se nas panelas, sempre fazia o famoso "carreteiro de china pobre", carreteiro esse que era muito bom, não sei se era por algum tempero que meu pai utilizava ou pq era tão raro ver ele cozinhando, que a comida tornava-se melhor.
Esses dias li um artigo, agora não lembro quem escreveu, acho que foi a Martha Medeiros. Onde ela dizia que o homem sempre cozinha coisas diferentes, o homem sempre acaba querendo parecer um chef francês e inventa pratos que a mulher dificilmente prepararia, enquanto as mulheres preparam o trivial e é justamente o trivial que segura um lar. Esse texto, lembrando que não tenho certeza da autoria, fez eu lembrar das comidas que minha mãe preparava e do carreteiro do meu pai.
Quando casei, tinha pouca ou nenhuma noção de cozinha, para mim, a melhor invenção do mundo era o microondas, eu conseguia queimar as panelas na hora de requentar um arroz, isso tudo é reflexo da minha criação. Minha mãe nunca deixava eu fazer nada, talvez por ser o filho mais moço, mas eu também nunca demonstrei muito interesse pela arte culinária. Por tudo isso tive muita dificuldade no começo, tinha medo de tentar, medo de errar. Imaginem se Mozart tivesse medo de compor? Se Chico tivesse medo de cantar? Se o Grêmio tivesse medo de jogar fora?? Desconsiderem esse último, pois o Grêmio realmente tem medo. Nada aconteceria se o medo inibisse a criação dos gênios, não que me considere um.

Então, esse texto é para libertar as amarras que os homens vivem, é para encorajar os medrosos, para mostrar que todos podemos, basta perder o medo e comprar um jogo de panelas reserva, para qualquer eventual problema. Pois se pararmos de cozinhar eventualmente, e começarmos a preparar o trivial, faremos com que nossas mulheres e nossos filhos acabem pensando o mesmo que eu pensava na infância. Como é bom o trivial e é isso que mantém uma família, o que vier de diferente e extravagante, que seja de vez em quando ou então na cama.

P.S. Autuori saiu, chega de frescura.